De tarde
Cesario Verde
Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas! |
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Nachmittags
Cesario Verde
Jenes Picknick mit Damen
gab ein Ereignis einfach schön,
und, ohne groß Geschichte zu haben,
war es wie ein Aquarell zu sehen.
Als du, vom Eselchen herabgestiegen,
ohne jede Eitelkeit, pflücktest aus
einem blauen Kichererbsenfeld
dir einen roten Klatschmohnstrauß.
Wenig später, auf hohem Felsen,
ließen wir uns nieder, die Sonne war noch auf;
es gab Melonenscheiben, Aprikosen
und Biskuit, in Malvasier getaucht.
Aber, purpurn in dem Spitzenkleid,
aus deinen Brüsten, wie Täubchen, heraus,
war die höchste Wonne jener Vesperzeit,
der leuchtend rote Klatschmohnstrauß. |